Dia do OrgulhoLGBTQIAPN+

Dupla Comunicação

Por Tacyana Viard

Lá vem ele, está bem pertinho de chegarmos ao 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+. A data certamente já está há semanas no calendário das agências de comunicação. É a oportunidade para criação de peças, posts e release emocionantes que posicionam empresas como a “amiga das gays”. Mas a data passa. Em muitos casos, vai embora também o sentido real dela. Volta a máxima do “somos todos iguais”.

Aí entra a ignorância que vai permear a cultura da empresa. Não somos iguais – e ainda bem! Somos diferentes e cada pessoa possui marcadores que a colocam em posição de privilégio ou não na sociedade. Não olhar para isso é passar por cima da identidade e jornada que cada ser tem. E perder competitividade.

Nem todo mundo pode sair usando a roupa que quer, dar as mãos a quem ama, ter educação escolar respeitosa, contar com uma rede familiar amorosa… E isso, infelizmente, é um divisor de águas nesta vida. E é um grande inimigo da meritocracia, que se preocupa apenas com o ponto de chegada, desconsiderando o de partida e o caminho.

Trago isso porque questiono: por trás das campanhas, bio colorida, botton com bandeira do arco-íris, quem tem voz? Quem está na tomada de decisões? A pluralidade está sendo considerada no dia a dia, permitindo que as pessoas sejam quem são em sua totalidade? Bom ressaltar que não estou dizendo que o grupo minorizado seja endeusado ou usado como bibelô.

O que quero dizer é que uma campanha não sustenta a verdade. Se é um grupo heterogêneo que está na tomada de decisão, relegando a cargos “inferiores” pessoas LGBTQIAPN+, as diretrizes seguirão o padrão normativo. As experiências e histórias de vida seguirão semelhantes. Não vou entrar no cruzamento das camadas de gênero, raça, classe social etc., porque a conversa seria ainda mais longa.

Aqui na Dupla Comunicação, com a maturidade da empresa e sensibilidade da gestão, as pessoas podem ficar à vontade para ser quem são, mas não apenas pela equipe friendly. E, sim, também, pela implementação de políticas e matrizes que garantem não apenas a entrada na empresa, mas a permanência nela. Seleção afirmativa, metas institucionais, ações formativas, canal de ouvidoria e tolerância zero para qualquer tipo de preconceito estão entre as práticas estabelecidas.

Isso, com certeza, é mais acolhedor do que um post purpurinado.